Todos os caminhos de especialistas e devotos da Literatura Infantil vão dar, de Sexta a Domingo próximos (dias 14, 15 e 16 de Maio), à cidade de Chaves, onde decorre o III Congresso Internacional de Literatura Infantil, subordinado ao tema “Releituras do fenómeno mítico-lendário no espaço ibero-americano”. São esperadas duas centenas e meia de congressistas de vários países, entre os quais quase meia centena de conferencistas, para debaterem a importância dos mitos e das lendas no actual imaginário infantil.
Organizado pelo Observatório da Literatura Infanto-Juvenil (OBLIJ), Pólo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Câmara Municipal de Chaves e Governo Civil de Vila Real, este Congresso incluirá igualmente visitas a lugares lendários de Chaves e serões de narradores, ao jeito do que acontecia nos tempos das antigas peregrinações a Santiago de Compostela que tinham passagem “obrigatória” por terras flavienses.
Consideram os organizadores que o fenómeno mítico-lendário é hoje uma matéria que assume crescente expressão na literatura para a infância, em especial nos países ibero-americanos, sendo certo que grande parte das lendas medievais portuguesas e espanholas ajudou a construir, durante séculos, o imaginário mítico-lendário dos países da América Latina. Ainda hoje, muitas lendas que se extinguiram em Portugal, continuam a ser narradas na tradição oral brasileira, pelo que, através da sua análise, é possível resgatar a presença de raízes culturais portuguesas. Importa por isso, e esse é o grande objectivo do Congresso, promover uma reflexão pluridisciplinar no sentido de encontrar e fortalecer rumos conceptuais em relação aos mitos e lendas e à sua reinterpretação junto das crianças, de forma a estimular nelas não só o gosto pela leitura, mas também pelo seu património cultural imaterial.
Os trabalhos decorrerão no Centro Cultural de Chaves, estando a sessão de abertura marcada para as 9h de Sexta-Feira. A primeira palestra será proferida pelo Comissário do Plano Nacional de Leitura (PNL), Fernando Pinto do Amaral.